segunda-feira, maio 08, 2006

Sentir!

Sentir sem saber porquê! Sim, talvez porque sentir seja algo que nos submete a prazeres e sensações, que necessáriamente e individualmente não somos capazes de nos ôpor.
É um caso somatório da nossa existência, incapaz de se abreviar às multiplas condições do ser social, como organismo mais atarefado, mais exigente por obrigatoriedade, mais mecanizado por via de uma época com frequentes choques e dilemas - É este o nosso mundo, e sempre foi.
Sentir - uma palavra que se repete, uma palavra que se quer sempre. Mas não deixa de ser um sentir especial, até demasiadamente oposto ao sentir do social em comflito - o comflito da morte e tortura - sim, porque a tortura é tudo, hoje em dia. Somos capazes de tudo, mas, o sentir, o meu sentir, o sentir de alguns ou tantos como eu, é sempre diferente. Uma palavra simples, repleta de questões súbitas de lúxuria, mas com um factor estranho, imóvel, quanto estável. O meu interior é como algo vigoroso mas incompleto nesta indifinição de prazer, exotismo. Uma barreira está sempre erguida. Para passá-la, basta um gesto, fácil como tudo, um pouco de nós, o concreto do nosso ser.
Sentir, palavra bela, tão breve no sentido que se quer dar. Mas está na hora de conhecer um pouco mais, de dar razão à vida, de enriquecer as palavras aqui ditas!

1 Comentários:

Às 12:07 da tarde , Blogger Sandra Policarpo disse...

Há quem não sinta nada. Há quem tenha ficado petrificado, frio, insensível ao toque, aos gestos mais profundos, aos pensamentos...

Já todos ficámos assim, um dia...

O tempo, as suas marcas, fragilizam-nos e, muitas vezes, aniquilam a nossa capacidade de sentir...

É preciso voltar a respirar bem devagarinho, sem pressas, para que as sensações voltem ao corpo, para que se sinta de novo e com a mesma intensidade.

Mas às vezes, aquela maldita solidão irrompe-nos pelas paredes do quarto e torna tudo tão irreal e insignificante que era bom poder sentir o aconchego daquelas mãos que tantas vezes imaginamos tocarem as nossas...

 

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